
as horas atropelam-se velozes
abrem-se portas e janelas…
quero que partas sem deixar rasto,
sem olhares para trás.
envelheceste duro de gestos,
amargo nas palavras
disperso na memória
fugitivo de um corpo, com mágoa
afogado em melancolias,
misterioso, no silêncio da morte
doutras pegadas perdidas
deixa o tempo evaporar a tua visão
na perene memória da ostentação.
acorda fora de ti
esquece o segredo da vida
dilui-te na loucura dos sonhos.
prende esse olhar, às horas impossíveis,
gasta-te na noite crepuscular
o receio de não encontrar um diferente
ficará oculto!
l.maltez